Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em equipe que inclui bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), desenvolveram um teste rápido para detectar a presença de anticorpos para o novo coronavírus. A pesquisa, coordenada pelo professor Luciano Huergo, do Laboratório de Microbiologia Molecular da UFPR é uma adaptação ao tradicional método Elisa, teste imunológico que quantifica a concentração de antígenos e anticorpos.
A tecnologia tem apresentado resultados mais rápidos e precisos se comparados ao produto disponível no mercado. “O teste rápido mais tradicional é chamado de imunocromatografia, aquelas cartelinhas de papel. Nosso sistema é totalmente diferente. Ele não acontece em suporte sólido como o papel, mas em uma solução de nanopartículas magnéticas revestidas com antígenos virais. A maior diferença entre eles é que o nosso vai ter uma precisão maior e ainda oferece um quantitativo de anticorpos produzidos”, explica Luciano Huergo.
O teste criado na UFPR apresenta vantagens em relação ao teste imunológico padrão. A primeira delas está associada à quantidade de material necessário para a análise: apenas uma gota de sangue contendo dois microlitros de soro. Além disso, as reações podem ser interpretadas a olho nu, o que facilita sua execução em pontos de atendimento, não sendo necessário levar o material para laboratório, nem passar por instrumentação específica.Para a bolsista da CAPES, Edileusa Cristina Marques Gerhardt, pós-doutoranda do Programa de Ciências Bioquímica (PNPD/UFPR) os grandes diferenciais da pesquisa são a rapidez do resultado, quinze vezes menor que o do teste clássico, e o baixo custo da tecnologia. “Com o nosso teste o resultado sai em dez minutos e o custo é próximo a R$5,00 por amostra”, explica Luciana. A testagem permite ainda uma análise escalonada de até noventa e seis amostras simultaneamente.
A ideia dos pesquisadores é a produção de um kit de testagem em massa, acessível ao público, e com isso ter um panorama real da infecção pela COVID-19. O teste pode ser realizado a partir do terceiro dia após o aparecimento dos primeiros sinais da doença, o que torna a tecnologia uma ferramenta eficaz na identificação de pacientes em fase aguda e um resultado mais preciso para quem recebeu um falso negativo no exame PCR.
Fonte: Portal Gov.br